Um dos maiores países do mundo com recurso solar existente, ou seja, nível de radiação para gerar a energia fotovoltaica, o Brasil impulsionou sua eficiência econômica. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o preço dos módulos fotovoltaicos caiu em torno de 80% nos últimos dez anos. E, neste mês de agosto, o Brasil completou seu 1º Gigawatt (GW) de capacidade instalada de sistema fotovoltaico de geração distribuída. Esse representa um grande marco para o País, pois essa geração é responsável pela energia solar em implantações nos telhados, fachadas e pequenos terrenos.
Atualmente, o Brasil se configura na 11ª posição mundial dos países que mais investiram em energia solar fotovoltaica no ano passado, alcançando 2,4 GW de capacidade instalada acumulada – esse dado inclui a geração distribuída e a geração centralizada, essa última são as grandes usinas que se integram ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A China é o primeiro país desse levantamento, com 45 GW, seguido da Índia, com 10,8 GW. Segundo a Absolar, o mercado tem ficado cada vez mais atrativo devido a dois fatores, principalmente.
“Um deles é que houve queda no preço para instalação do sistema fotovoltaico no Brasil. O preço do módulo fotovoltaico caiu em torno de 80% nos últimos dez anos. E o segundo fator é a alta tarifária, ou seja, da conta de energia, que ocorre desde 2012”, explicou a vice-presidente de geração distribuída da Absolar e CEO da Bright Strategies, Bárbara Rubim, ao complementar que o retorno do investimento na fonte também tem ficado melhor. “Em 2012, o consumidor tinha retorno do módulo instalado depois de uns 10 a 12 anos. Atualmente, esse retorno chega em cinco a seis anos. E esse sistema pode durar mais de 20 anos”, disse Bárbara.
Esse cenário de instalação fotovoltaica no Brasil foi possível a partir de 2012, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou uma norma estabelecendo a possibilidade do consumidor poder gerar sua própria energia e obter descontos na sua conta. “O valor de 1 GW alcançado pelo Brasil ainda parece baixo, mas essa revolução no País começou há pouco tempo. Temos muito a crescer. O sistema fotovoltaico não é tão caro hoje. É mais uma percepção cultural de investimento, ou seja, o consumidor criar o hábito de investimento”, comentou Bárbara.
Apoiador também de projetos fotovoltaicos, o BNDES, através do seu programa Direto 10, oferece possibilidades aos clientes de geração distribuída. “Nosso foco é para micro e pequenas empresas e pessoas jurídicas. Geralmente, são projetos de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões, com até dez anos para pagamento e 12 meses de carência. A taxa de juros varia de 3,8% a 6,6% ao ano”, informou Marcos Romar, contador na Área de Energia do BNDES.
O banco ainda oferece duas possibilidades para operações com intermédio de agentes financeiros: Fundo Clima e BNDES Finame Energia Renovável. “Pelo Fundo Clima, por exemplo, o financiamento para pessoas físicas tem crescido. Em 2018 foram R$ 15 milhões em operações. Este ano já está em R$ 65 milhões”, disse Felipe Lobo, gerente na Área de Operações e Canais Digitais do BNDES.
Economia na conta chega a 95% Ao observar uma solução para economia de energia, muitos consumidores estão optando para instalar as placas fotovoltaicas em residências e grandes empreendimentos. No ranking de estados do Brasil, Pernambuco se encontra na 11ª posição de potência instalada na geração distribuída, com 28,3 Megawatts (MW) – o que representa 2,8% do Brasil. O primeiro estado é Minas Gerais, com 196,7 MW, equivalente a 19,7% do total do País. A execução da geração distribuída requer cuidado para que o projeto apresente eficiência econômica para o consumidor. Desde a concepção do projeto, para estudar sua viabilidade, a taxa de retorno para o cliente, passando pela instalação, até a aprovação da concessionária para a troca do medido.
A Personal Solar é uma das empresas que montam esse projeto, com soluções energéticas personalizadas, desde a concepção até o pós-venda. “Do final de 2018 até julho de 2019, crescemos mais de 27% com projetos fechados na empresa, o que representa aumento da demanda pela energia renovável. E o cliente pode ter uma economia de até 95% na sua conta de energia”, explicou o sócio-diretor da empresa, Lucas Carissimi.
Fonte: Eduarda Barbosa